Em artigo exclusivo, Fernando Morgado analisa números da Kantar IBOPE Media e aponta oportunidades para agências e anunciantes
O rádio continua a demonstrar uma resiliência impressionante. Dados recentes da Kantar IBOPE Media, divulgados pelo portal Primeira Página em fevereiro de 2024, revelam que 81% dos campo-grandenses escutam rádio regularmente, um índice que supera em um ponto percentual a média nacional. Esses números não apenas sublinham a popularidade do rádio em Campo Grande, mas também destacam a importância desse meio de comunicação na vida cotidiana da população.
Demografia dos ouvintes de rádio em Campo Grande
O perfil dos ouvintes de rádio em Campo Grande é diversificado, abrangendo todas as classes sociais e faixas etárias. Dentre eles, 26% pertencem às classes AB, 55% à classe C e 19% à classe D. Este espectro amplo demonstra o alcance do rádio, capaz de tocar a vida de cidadãos em diferentes situações econômicas, fornecendo entretenimento, notícias e uma plataforma para a discussão de ideias.
Do total de ouvintes, 65% têm alguma ocupação, o que evidencia o rádio como um companheiro constante para a maioria da população, seja durante o trajeto para o trabalho, em casa ou em momentos de lazer.
Contrariamente à crença tida por alguns de que o rádio seria um meio em desuso entre os mais novos, os dados indicam que 18% dos ouvintes têm entre 18 e 29 anos. Essa estatística é vital, pois mostra que o rádio ainda ressoa com o público jovem, adaptando-se às suas necessidades e interesses. Enquanto isso, as faixas etárias de 40 a 49 anos, mais de 60 anos e de 50 a 59 anos representam, respectivamente, 22%, 19% e 17% dos ouvintes.
Potencial do rádio para agências e anunciantes
A diversidade e a amplitude dos ouvintes de rádio em Campo Grande oferecem um terreno fértil para agências e anunciantes que desejam atingir públicos específicos. Com uma base de ouvintes que abrange várias faixas etárias e classes sociais, o rádio se apresenta como uma plataforma excepcional para campanhas direcionadas e eficazes. Além disso, o envolvimento do rádio com a comunidade local fornece um canal confiável para a construção de marcas e a fidelização de clientes, através de promoções e patrocínios de eventos locais.
A proximidade do rádio com seu público oferece a anunciantes a vantagem de personalizar mensagens e ofertas, garantindo uma comunicação mais direta e efetiva. Em uma era onde a atenção é disputada por inúmeros meios, a capacidade do rádio de manter a atenção dos ouvintes durante programas ou boletins torna-se um ativo valioso para estratégias de marketing mais concentradas e que buscam maior retorno sobre investimento.
Perspectivas e estratégias futuras
Os dados sobre o consumo de rádio em Campo Grande destacam a vitalidade deste meio tradicional de comunicação. Em uma era de fragmentação midiática, o rádio não apenas sobrevive, mas prospera, adaptando-se e inovando para atender às demandas de um público variado. Para os profissionais e empresários do setor, esses insights devem servir como um incentivo para investir em conteúdo de excelência, tecnologia avançada e ações que explorem o potencial do rádio para criar conexões duradouras e significativas.
O otimismo em torno do rádio é bem fundamentado, baseado em dados robustos e tendências de consumo. Com uma abordagem técnica e uma visão estratégica, o rádio em Campo Grande pode continuar a ser um pilar essencial na paisagem mediática, servindo como uma fonte confiável de informação, entretenimento e companhia para todas as idades e classes sociais.
Fernando Morgado é consultor e palestrante com mais de 15 anos de experiência nas áreas de mídia e inteligência de negócios. É professor da ESPM e Top Voice no LinkedIn. Atendeu clientes como Band, Grupo Globo e SBT. Tem livros publicados no Brasil e no exterior, incluindo o best-seller Silvio Santos – A Trajetória do Mito. Foi coordenador adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS. Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM. https://instagram.com/morgadofernando_