Consultor Fernando Morgado destaca a contribuição da TV aberta para a geração de empregos e a economia criativa
Um estudo realizado pela Motion Pictures Association, em conjunto com Oxford Economics, revelou que a TV aberta é responsável por gerar quase metade dos empregos no mercado audiovisual brasileiro. Com impressionantes 48,3% dos postos de trabalho, a TV aberta se destaca como o principal motor de geração de postos de trabalho no setor, superando outros segmentos como a exibição de cinema (21,4%) e a produção e distribuição (13,9%).
Esse dado reforça a importância contínua da TV aberta em um cenário de transformações tecnológicas e novas formas de consumo de conteúdo. Além de ser um pilar essencial na economia criativa, a TV aberta desempenha um papel crucial na economia nacional, impactando positivamente diversas áreas, como o turismo e a exportação de conteúdo.
Como a TV aberta mantém empregos diretos e indiretos?
A capacidade da TV aberta de gerar empregos vai além das contratações diretas. Ela impulsiona uma cadeia produtiva que envolve desde a produção de equipamentos até serviços de logística, marketing e vendas. São milhares de profissionais envolvidos indiretamente na produção de conteúdo para a TV aberta, desde os técnicos e produtores até os fornecedores de equipamentos e serviços de apoio. Essa rede amplia ainda mais o impacto econômico desse meio, sustentando empregos em diversos setores.
A TV aberta se mantém relevante devido ao seu alcance massivo, abrangendo todas as classes sociais e regiões do país. Diferente de outras plataformas, como o vídeo sob demanda (VoD), que responde por apenas 2,7% dos empregos no mercado audiovisual, a TV aberta é gratuita e acessível a todos. Esse fator contribui significativamente para a inclusão digital e o acesso universal à informação.
Qual é a importância da TV aberta na exportação de conteúdo?
A TV aberta não apenas gera empregos e promove a economia criativa, mas também desempenha um papel vital na exportação de conteúdo audiovisual. Produções brasileiras, como novelas e séries, são amplamente distribuídas e consumidas em diversos países, trazendo divisas para o Brasil e melhorando a imagem do país no exterior. Essa exportação de conteúdo não só fortalece a presença cultural brasileira no mundo, mas também gera impactos econômicos positivos, inclusive no setor de turismo.
Quando conteúdos brasileiros são exportados e apreciados globalmente, há um aumento no interesse internacional pelo Brasil como destino turístico. A imagem positiva que as produções audiovisuais transmitem contribui para atrair visitantes, gerando mais receitas e fortalecendo a economia como um todo. A TV aberta, portanto, vai além das fronteiras nacionais, expandindo a influência cultural e econômica do Brasil.
Como a TV aberta impacta a economia criativa e nacional?
A TV aberta é um pilar essencial na economia criativa, um dos setores mais promissores para o futuro do Brasil. Ao fomentar a produção de conteúdo original, ela cria oportunidades para uma vasta gama de profissionais, incluindo roteiristas, diretores, atores e técnicos, contribuindo para o desenvolvimento de talentos e a geração de novos negócios. Esse ciclo virtuoso de criação impacta diretamente indústrias correlatas, como a publicidade, a moda e a música, fortalecendo o ecossistema criativo brasileiro.
Além disso, a TV aberta contribui significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Ao gerar empregos e impulsionar o consumo, ela movimenta cadeias produtivas inteiras, desde a fabricação de equipamentos até a prestação de serviços. Sua presença capilarizada em todas as regiões do Brasil permite que informações relevantes, campanhas de saúde pública e conteúdos educativos cheguem a milhões de brasileiros, contribuindo para a redução das desigualdades regionais e o fortalecimento da economia nacional.
A TV aberta continuará a ser relevante?
Diante do avanço das plataformas digitais, muitos questionam o futuro da TV aberta. No entanto, os números revelam que ela continua sendo um dos principais motores da economia audiovisual. A capacidade da TV aberta de se adaptar às mudanças tecnológicas e de integrar novas plataformas é um dos fatores que garantem sua relevância e longevidade.
A TV aberta não só se adapta, mas também inova, adotando novas tecnologias e formatos para atender às necessidades de uma audiência cada vez mais diversificada e exigente. Ao se reinventar continuamente, ela assegura seu papel de destaque no cenário midiático brasileiro, consolidando-se como um meio resiliente e essencial.
Fernando Morgado é consultor e palestrante com mais de 15 anos de experiência nas áreas de mídia e inteligência de negócios. Atendeu clientes como Band, Grupo Globo e SBT. É Top Voice no LinkedIn e tem livros publicados no Brasil e no exterior, incluindo o best-seller Silvio Santos – A Trajetória do Mito. Foi coordenador adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS. Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM. https://instagram.com/morgadofernando_
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