As pesquisas comprovam. O rádio não só continua ocupando lugar de destaque na preferência da audiência, como também é crucial nas estratégias de marcas que buscam se consolidar no mercado.
Rádio em evolução
Ao longo de mais de 100 anos de história no Brasil, o rádio se reinventou. Das residências, também passou a ser ouvido em veículos, smartphones.
Na era da internet, o rádio se converteu aos aplicativos, apostou na interação com os seus ouvintes e se consolidou multiplataforma. Tamanha versatilidade segue atraindo a atenção dos ouvintes e também de empreendedores.
Os dados da Kantar Ibope Media, o maior instituto de pesquisa de consumo de mídia da América Latina, mostram que, no Brasil, a publicidade na rádio cresceu 25%, em 2022 – o segundo maior aumento de investimento entre as mídias pesquisadas.
Em 2023, o aumento foi de 7% se comparado ao ano anterior. No ano passado, o estudo mostrou que 53% dos ouvintes de rádio prestam atenção em anúncios veiculados pelas emissoras.
No top 3 de formatos publicitários mais lembrados, os comerciais entre programas e músicas alcança 50% das pessoas.
Outros 27% dos ouvintes lembram mais de ações publicitárias feitas por locutores e 25% de promoções na programação. O rádio está presente nas estratégias de anunciantes de todos os tamanhos.
Noventa e nove dos 100 maiores anunciantes utilizaram o meio em suas campanhas no primeiro semestre de 2023.
Para todos os públicos
Conforme o presidente da MIDIACOM MS (Associação de Emissoras de Rádio e Televisão de Mato Grosso do Sul), Antônio Alves, o Tunico, as novas tecnologias ampliaram as possibilidade do rádio junto à publicidade.
“Com a internet, o advento do streaming, o rádio também teve oportunidade de entregar mais formatos de publicidade. O rádio hoje, ele também está presente no streaming, ele também está num site de notícias, ele está entregando mais formato de publicidade ali. Quando ele vende o patrocínio de um programa ou uma mídia X, ele pode vender um projeto multiplataforma. Antes, o rádio era só o som, pelas ondas do rádio, agora não, ele também está na internet. Então, os formatos de publicidade daquela emissora de rádio também estão lá. Isso ajuda o rádio a ampliar a sua receita, ajuda o rádio a oferecer um produto para outro público, não só o público em casa, mas o público que estava no carro ouvindo, via aplicativo. Então, esse contexto incorpora mais canais que o rádio tem para impactar os seus ouvintes, logo, quanto mais gente ouvindo, mais possibilidade de publicidade ele tem para oferecer para as marcas”.
Ainda conforme Tunico, outro fator que contribui para o rádio se manter com um importante aliado da publicidade é o seu aspecto democrático. Além de atingir os mais diversos públicos, ele também cabe no orçamento das estratégias de divulgação dos mais variados tipos de anunciantes.
“O rádio é um veículo de comunicação e de publicidade acessível ao pequeno, médio e grande anunciante. E além de ser acessível, ele é confiável. As pesquisas comprovam o nível de confiança que o público tem no locutor, no rádio. Então, as marcas querem ocupar esse território de confiança, por isso o rádio ainda é muito atraente para as marcas. O locutor acaba emprestando o seu carisma, a sua credibilidade para as marcas. No momento em que ele está fazendo uma ação de conteúdo, de uma marca ou mesmo a hora que ele manda por intervalo e a marca aparece, ali flui muita intimidade, nesse processo. O rádio tem isso, muita proximidade. Ele é um companheiro e as marcas querem ter essa intimidade com o seu cliente”.
Em Campo Grande, a primeira pesquisa a investigar a audiência das emissoras de rádio produzida por um instituto de pesquisa de mercado aconteceu em 2021 e contemplava 13 emissoras de rádio – entre comerciais e educativas.
Foi o primeiro passo para gerar análises sólidas, confiáveis e imparciais tanto para emissoras quanto para agências de publicidade, apoiando tais negócios em decisões mais assertivas, que beneficiam tanto as marcas quanto os ouvintes.
Em 2023, a Kantar IBOPE Media repetiu a pesquisa e, além de apontar as principais características do consumo de rádio em Campo Grande, também revelou a emissora que mais tem se destacado no cenário da radiodifusão sul-mato-grossense.
Quem ouve a rádio em Campo Grande
Segundo a nova pesquisa do Kantar Ibope, 81% dos campos-grandenses ouvem rádio com frequência. O número é apenas um pouquinho acima da média nacional, que é de 80%. Desses ouvintes, 56% são homens e 44% mulheres.
Sobre classe social:
- 26% pertencem à classe AB;
- 55% pertencem à classe C;
- 19% pertencem à classe D.
- Do total de ouvintes, 65% possuem alguma ocupação, enquanto 35% estão fora do mercado de trabalho. Sobre a idade, o rádio está presente nos ouvidos tanto da população mais velha quanto dos jovens.
As faixas etárias que mais escutam rádio são:
- entre 40 e 49 anos (22%);
- mais de 60 anos (19%);
- entre 50 e 59 anos (17%).
E, ao contrário do senso comum, os jovens não pararam de sintonizar: 18% dos ouvintes de rádio têm entre 18 e 29 anos.
A escolaridade dos ouvintes do rádio:
- 24% são analfabetos ou têm o fundamental incompleto;
- 64% têm fundamental completo e superior incompleto;
- 12% completaram o ensino superior;
Sobre as formas de consumo de rádio, a mais utilizada ainda é o aparelho rádio, conhecido como rádio DIAL, que tem uma média de 47 mil ouvintes por minuto.
Em seguida, vem o computador, com uma média de 7 mil ouvintes; o celular, com mil ouvintes, e outras formas, com 312 ouvintes por minuto em média.
O campo-grandense gosta muito de ouvir rádio em casa, constatou o levantamento. Foram mais de 31 mil ouvintes por minuto escutando rádio enquanto realizavam alguma atividade cotidiana, como lavar louça ou cozinhar.
Outros contextos em que as pessoas ouviram rádio foram:
- no trabalho presencial (9.637 Ouvintes por Minuto);
- no carro/moto particular (9.637 Ouvintes por Minuto);
- no carro/moto tipo táxi ou aplicativo (1.881 Ouvintes por Minuto);
- no trabalho home-office (1.751 Ouvintes por Minuto);
Curiosidade sobre os ouvintes de rádio
Ainda sobre os hábitos de consumo dos campo-grandenses que consomem rádio, outra pesquisa, realizada em abril do ano passado pelo Instituto, revelou alguns hábitos curiosos, que podem fornecer insights para anunciantes.
Confira:
- Das pessoas que ouvem rádio, 55% têm filhos
- Das pessoas que ouvem rádio, 74% possuem cães ou gatos em casa
- Das pessoas que ouvem rádio, 53,5% costumam consumir fast-food
- Das pessoas que ouvem rádio, 70% afirmam que se mantêm em dia com os avanços tecnológicos
- Das pessoas que ouvem rádio, 66,9% gastam muito dinheiro com cosméticos e produtos
- Das pessoas que ouvem rádio, 71,3% gostariam de viajar e conhecer lugares exóticos
- Das pessoas que ouvem rádio, 63,3% querem atingir o topo mais alto da carreira
- Das pessoas que querem comprar apartamentos nos próximos 12 meses, 40% ouvem rádio
- Das pessoas que possuem automóvel, 49,5% ouvem rádio
- Dos compradores de equipamentos esportivos, 44% ouvem rádio
- Das pessoas que alugaram automóveis no último ano, 63% ouvem rádio
- Das pessoas que usaram o serviço de hospitais no último ano, 46% ouvem rádio
Rádio é sinônimo de credibilidade, versatilidade e inovação, confirmam as pesquisas. Os dados apresentados pelas pesquisas da Kantar Ibope Media reiteram a importância do veículo no mercado publicitário e na rotina diária dos ouvintes, proporcionando os mais diversos conteúdos e formatos.
“A programação se diversificou, servindo nichos variados. Da música ao debate intelectual, do jornalismo local ao entretenimento global, o áudio, através do rádio, atende a interesses variados, construindo uma teia cultural que se estende por todo o país. E, ao mesmo tempo, em que abraça a modernidade, não abandona seu papel de informante local, trazendo notícias relevantes para cada comunidade. O rádio, assim, não apenas sobrevive, mas prospera na era digital”. Giovana Alcantara, diretora de Desenvolvimento de Negócios Regionais Kantar IBOPE Media.
Com informações do Kantar IBOPE Media e Primeira Página
Foto de capa: Freepik